A cultura da mamona ganha força no Brasil com o protagonismo da Hervalense, que alia produtividade recorde, sustentabilidade e potencial para o combustível sustentável de aviação (SAF).
Por que a mamona está em alta na agricultura brasileira
Em um cenário de incertezas climáticas e menor rentabilidade nas culturas tradicionais, a cultura da mamona volta a ganhar espaço como alternativa estratégica para diversificação de cultivos e produção de energia limpa. O Grupo Hervalense implantou a mamona em áreas de segunda safra com solos de textura mista (20% a 30% de argila), ideais para o desenvolvimento da planta.
A cultura da mamona se destaca pela alta produtividade, tolerância à seca e potencial para produção de combustível sustentável de aviação (SAF), tornando-se uma alternativa estratégica para o agronegócio.
A aposta da Hervalense se deve tanto à rentabilidade quanto aos benefícios agronômicos: é uma cultura de bom desempenho em rotação, baixa hospedeira de nematoides e que contribui para a descompactação do solo.
O desempenho da Hervalense e os resultados em produtividade
O projeto foi idealizado pelo diretor de compras e insumos, Erny Parisenti, e executado pelo corpo técnico da empresa, sob responsabilidade de Adelsom Schreiber e Victor Sanches. Segundo Parisenti, a busca por culturas alternativas cresce entre produtores que desejam reduzir a dependência de commodities tradicionais e driblar os efeitos do clima e da oscilação de preços.
Com ciclo entre 150 e 165 dias e boa tolerância ao déficit hídrico, a mamona apresentou excelente resultado: a Hervalense alcançou 1.915 kg/ha, ficando em primeiro lugar no plantio sequeiro em produtividade no Brasil, segundo levantamento da ORÍGEO/Bunge. A planta mostrou-se viável mesmo em áreas de segunda safra e com menor disponibilidade hídrica.
Mamona e o futuro do combustível sustentável de aviação (SAF)
O alto teor de óleo (48% a 50%) e suas propriedades físico-químicas, como alta lubricidade e resistência a baixas temperaturas, fazem da mamona uma matéria-prima promissora para o SAF (Combustível Sustentável de Aviação).
“A Hervalense acompanha de perto esse mercado e acredita que o agronegócio brasileiro terá papel central na descarbonização da aviação”, reforça o diretor Parisenti.
Para ampliar a escala de produção, ainda há desafios, especialmente na colheita, que pode concentrar perdas produtivas de até 20%. Apesar disso, o custo de produção é baixo e o desempenho econômico, favorável.
Desafios e próximos passos para ampliar a cultura no Brasil
A difusão da cultura ainda é tímida na região, mas o potencial é promissor. “Estamos nos primeiros passos, mas no rumo certo”, destaca Schreiber. Além de contribuir para o meio ambiente, a mamona não compete com alimentos humanos e sua torta pode ser usada como biofertilizante e nematicida.